20 de jul. de 2008

VISCOSIDADE X TEMPERATURA


Vamos entender a relação entre viscosidade e temperatura

Atualmente os lubrificantes oferecem uma boa vantagem de fluidez aos motores. Certamente isso teria que acontecer, pois os motores evoluíram muito também. Vamos começar entendendo como funcionava um motor de um Volkswagen Fusca em 1974. Tratando-se do lubrificante que deveria ajudar a lubrificar todas as peças internas daquele motor. Estamos falando especificamente de um lubrificante com viscosidade SAE 40. Esse tipo de lubrificante, atualmente não é mais permitido a sua comercialização com indicação para motores, devido ao alto índice de emissão de poluentes e ainda é um produto totalmente descartado das montadoras, com exceção aos óleos de caixa.

Um lubrificante de viscosidade SAE 40 é monoviscoso. Isso quer dizer que ele apresenta somente uma viscosidade. Quando dermos a partida em nosso Fusca, com o motor frio, a viscosidade será 40. Os pistões terão dificuldade em movimentar-se, pois a viscosidade do lubrificante não permite uma variação de fluidez. No decorrer do período em que o motor estiver em movimento a temperatura do mesmo irá aumentar. Isso vai fazer que o lubrificante comece a melhorar a sua lubrificação, pois quando maior a temperatura do motor maior será a sua fluidez. Conseqüentemente as peças do motor estarão mais protegidas. E mesmo com a temperatura alta do motor a viscosidade do lubrificante continuará sendo SAE 40.

Naquela época existia um grande desgaste na partida a frio, pois os lubrificantes não conseguiam proteger as peças do motor tendo apenas uma viscosidade. Como proteger as peças do motor quando ele estivesse frio?

Então criaram um lubrificante que tivesse dupla viscosidade para que ele protegesse o motor quando estivesse frio. Surgiu então o lubrificante SAE 20w40. Maior proteção ao motor na partida a frio. A viscosidade 20 tornou o lubrificante mais fluido com baixa temperatura. Nosso Fusca então passou a ter melhor desempenho. A partida tornou-se mais fácil, com menos peso ao girarmos a chave de ignição.

Com o passar dos anos as montadoras continuaram desenvolvendo motores e conseqüentemente as companhias petrolíferas acompanharam esse desenvolvimento. Hoje temos motores muito menores com muito mais potência que antigamente. As temperaturas dos motores também mudaram drasticamente. E as viscosidades foram baixando para que pudessem proteger cada vez mais os motores. Hoje temos inúmeras viscosidades recomendadas pelas montadoras. 15W50, 15W40, 10W40, 10W30, 5W30, 5W40, 0W30, 0W40, etc... Quanto mais baixa a viscosidade maior a proteção do motor. Mas lembre sempre de olhar o manual do seu carro para não perder a garantia da montadora.

Até a próxima dica.

15 comentários:

Anônimo disse...

Mais uma aula do mestre do lubrificantes.
Só que estes oleos ai, quando sinto seu cheiro... Mê dão uma dor de cabeça danada, e neste caso não tem doril que de jeito.
A patroa aqui em casa não gosta quando tenho que mexer com isto...

Alexandre Ribeiro disse...

Amigos:
Depois dessa não precisa explicar mais porque batizei nosso grande amigo de MAGO DOS FLUIDOS, não é?

Unknown disse...

o aumento de temperatura aumenta a viscosidade do oleo? ex: 20W50 fica com viscosidade 50 qdo quente? como explicar o aumento de fluidez com o aumento de temperatura, se fluidez é o inverso de viscosidade? nunca entendi isso!!!

SAVIOMACHADO disse...

Olá Victor. A viscosidade aumenta com a variação da temperatura. Quando mais quente, mais fluído. O motor tende a aumentar sua velocidade. Assim precisa de um lubrificante mais ágil, que passe por todas as galerias desse motor. A viscosidade varia: No caso do 20W50 ele é 20 quando está frio e pode chegar a 50 na sua variação máxima. Esse é um processo qúimico que as empresas distribuidoras de petróleo desenvolveram. Tornar o lubrificante com viscosidade 20 na baixa temperatura. Aconselho você fazer um teste visual para que possa entender com maior facilidade. Pegue um lubrificante 20W50 e faça sacudir o frasco. Pegue em outra mão um lubrificante 5W30 e faço a mesma coisa. Você vai ver que o 5W30 é mais líquido. Assim você verá que as viscosidades mais baixas darão maior proteção ao motor na partida a frio, onde acontece o maior desgaste.
Obrigado pela visita.
Pode enviar email para saviomachado@gmail.com
Grande abraço.
SAVIOMACHADO

Gustavo disse...

Savio, 2 comentários.

O primeiro relativo ao teste de chacoalhar o fraco. É importante que este teste seja feito com óleo sintético ou mineral apenas, pois eles são muito diferentes no estado frio. O que quero dizer é para experimentar balancar um sintético 15w40 e um 0w30.

O segundo é que quanto uma montadora pede, por exemplo, 15w40 para o motor significa que isso é o mínimo do mínimo para funcionar e manter o motor protegido. é possivel utilizar algo menor que 15 e maior que 40. Assim, se utilizar 10w40 ou 5w40 ou 0w40, esta tudo ok (na verdade é melhor pois o óleo "sobe" mais rápido). Da mesma maneira é correto utilizar 15w50 ou 10w60 (caro pra burro esse dai), ou 5w50. Porém é incorreto utilizar 5w30 (pois não oferece grau de viscosidade suficiente para proteger o motor quando quete) ou 0w30 (pelo mesmo motivo). 20w40, ou 20w50 não atende o mesmo motor do exemplo quando está frio. As pessoas costumam confundir e misturar muito as duas coisas, pois o primeiro numero, quanto menor melhor, e o segundo, quanto maior melhor. Um abraco e desculpe-me pelo comentário longo.

SAVIOMACHADO disse...

Olá Gustavo... Você comentou em outro post. Demorou para eu perceber que se tratava de outro assunto. Desculpe. Mas vamos lá. Você tem razão. Mas é sempre bom verificar o manual do proprietário, pois tem alguns motores que não aceitam viscosidades como 5W30 ou 0W30 por exemplo.
Grande abraço!!!

SAVIOMACHADO

Anônimo disse...

Prezado Amigo: Desculpe mas tem algo errado na sua explanação !

O número que representa a viscosidade de um óleo é um número relacionado e referente a uma única determinada temperatura !

Assim , quando é especificada a viscosidade para um óleo monoviscoso - SAE 30, por exemplo - esta viscosidade é que é medida na temperatura de referência do critério adotado como padrão pela SAE ( Society of Automotive Engineering ), no caso T= 40ºC.

Quando aumentamos a temperatura do óleo, a viscosidade se reduz ( ou seja , é inversamente proporcional ao aumento de temperatura.

Na temperatura de trabalho de um motor , o óleo está aquecido à cerca de 180 graus , e nesta temperatura, sua viscosidade está próxima a "1" ( ou seja, quase tão fluido quanto a água !!!! ) .

Os óleos multi-viscosos, tem aditivos que "reduzem" a variação da viscosidade em função da temperatura, tornando-os mais estáveis.

Mas em nenhum hipótese a viscosidade será constante !!

Espero ter ajudado !

um abraço
Engº Luiz Guilherme B.Santos

Joel Cunha disse...

Acho que estão tratando de lubrificantes de uma forma muito simplista.
Os óleos monograus (exemplo SAE 30) atendem a uma especificação de viscosidade a 100°C e não a 40°C.
Os óleos multigraus (exemplo 15W40) atende a três especificações de viscosidade, duas a temperaturas negativas e uma a 100°C. Só para entender, o W significa "Winter", por isso temperatura negativa. O 15W atende a especificações de viscosidade a -20°C e -25°C em dois métodos de análises diferentes. O 40 atende a uma especificação de viscosidade a 100°C.
Nunca ouví dizer que um óleo de motor trabalhasse a 180°C. O cárter mantem o óleo resfriado a cerca de 90°C.
Com relação à escolha do lubrificante, tá certo quem disse para seguir o manual do automóvel.

Eliseu Corrona disse...

Bom noite Sávio.
Queria primeiramente parabenizá-lo pelo artigo, está muito bom e didático. Eu gostaria apenas de tirar uma dúvida a respeito de óleos lubrificantes mais especificamente para motocicletas.

Atualmente e a vários anos, no Brasil, utiliza-se óleos lubrificantes para motos com viscosidade SAE 20w50, isso independente de sua formulação, neste caso mineral, semi-sintético ou 100% sintético.

Como eu gosto muito de motos, sempre me preocupei se o óleo que eu estava utilizando ou mesmo se o óleo que a montadora recomendava era o ideal. Justamente devido a alta viscosidade do 20w50. Como é um óleo mais grosso, tem-se a preocupação nas partidas a frio e também na bombeabilidade do óleo dentro do motor. Baseado nisso, comecei a realizar pesquisas para saber qual o óleo ideal para usar numa moto de alta cilindrada.

Até o momento não cheguei a uma conclusão adequada, pois durante minha pesquisa não obtive respostas da montadora e também de laboratórios que fabricam nossos lubrificantes, neste caso a Petrobrás, Ipiranga, Texaco e a Castrol.
Toda minha pesquisa começou devido aos manuais das motos produzidas no Brasil serem muito mal escritos, com erros de grafia e com indicações de produtos defasados.

Baseado nisso, se possível, eu gostaria de deixar alguns questionamentos aqui e se puderem me ajudar, ficarei muito grato.

A nível de informação, minha moto é uma Suzuki GSX 750 F (750 cilindradas, 106cv), refrigeração mista (ar/óleo), ano 1994/1994 com 53.000 km.
Atualmente, a Suzuki recomenda para todas as suas motos o óleo mineral da Petrobrás GP Lubrax 20w50 API SL. É um óleo com API recente, porém bem viscoso.

1) Desconsiderando a indicação do fabricante, que tipo de viscosidade seria a ideal para motocicletas?

2) Um óleo mineral 20w50, em alta temperatura, terá a mesma bombeabilidade de um óleo 10w 40 nas mesmas condições?

3) A fábrica japonesa Suzuki recomenda a viscosidade 10w40 para todas as suas motos. No Japão, existe os dois extremos, inverno rigoroso porém verão também bastante rigoroso. A pergunta é: um óleo com viscosidade 10w40 tem a mesma resistência térmica que um óleo 20w50?

4) O que é melhor para a proteção de um motor de alta rotação, um óleo menos viscoso como o 10w40 ou um mais viscoso como o 20w50?

O meu objetivo é simplesmente proteger ao máximo o motor da minha moto.

Seria isso, agradeço desde já a atenção.

Andre disse...

Olá Savio, 3 coisas:
-Gostei muito do seu site, gostaria de trocar links(porem não consigo comentar no lugar que vc criou pra isso).
-Existe como reaproveitar realmente o óleo depois de usado? Aqui em Curitiba os postos de gasolina compram os tambores das oficinas filtram, envazam e revendem a 14pila... é certo isso?
-Seria possível fazer uma entrevista com você pro nosso site?

Abraço

SAVIOMACHADO disse...

Olá André! Fico feliz que tenha gostado do Blog. Respondendo suas perguntas: Existe como reaproveitar o óleo usado sim. Mas isso deverá ser um processo industrial com empresas registradas na ANP (Agência Nacional de Petróleo), pois precisam ter químicos responsáveis. De maneira diferente poderá ser contra lei.
Quanto a entrevista podemos fazer sim... É só marcar.
Estarei linkando seu blog no meu. Grande abraço!

Professor de Eletromecânica disse...

O Blog está de parabéns. Muito boa sua explicação. Explana bem o assunto e demonstra conhecimento técnico aliado ao prático.

Anônimo disse...

olá.
como sou iniciante em assunto de troca de oleo gostaria de uma dica. Fui trocar meu oleo e no manual é indicado o 5w30. Porém o cara que trocou colocou 2l de 5w30 e um e meio de 5w50. Seu que nao eh bom misturar oleo, mas fico na duvida se isso é apenas em misturas de sintetico, semi-sintetico e mineral ou se essa mistura que ele fez pode prejudicar meu carro.
O ideal é colocar os 3 litros de 5w30 né?
obrigada

SAVIOMACHADO disse...

Olá Anônima. Realmente não seria o ideal misturar lubrificantes. Mas no seu caso deve ter faltado produto para completar o carter do seu veículo e o trocador completou com um lubrificante com uma viscosidade mais alta. Não creio que poderá dar algum problema. Apenas vá cuidando. De vez em quando verifique o nível do óleo e também fique atenta ao consumo de lubrificante no motor. Obrigado pela visita no Blog SM. Espero ter ajudado.

Anônimo disse...

Olá Sávio,meu carro e um astra 09/10 motor flex porém tem gnv 140 cavalo e estar com 150 mil km rodados,qual óleo utilizar?